MARIANA ESTER - MINHA NETA

MARIANA ESTER - MINHA NETA

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

PLANEJAMENTO E RELATÓRIO - SEGUNDA FASE

segunda fase

relatório do primeiro encontro –

pauta:

1° momento: Texto para reflexão;

2° momento: Socialização da oficina da unidade 20, TP 5;

3° momento: estudo das unidades 1 e 2 do TP 1;

4° momento: Leitura, discussão, análise escolha dentre os Avançando na Prática da unidade 2, a ser aplicada na sala de aula:

5° momento: planejamento da Oficina e elaboração do calendário da socialização da mesma;

6° momento: concluindo o encontro...

Olá! eSTAMOS REUNIDOS PARA O NOSSO PRIMEIRO ENCONTRO PARA ESSA SEGUNDA FASE: SEJAM TODOS BEM-VINDOS!!!

“Falar é uma das atividades humana e cultura, falar bem é uma arte, mas falar para que os outros entendam é mais que uma arte, é sabedoria, porque a fala é a maior arma da comunicação”

desenvolvimento:

1° momento: Texto para reflexão:

Retrato de velho

Tem horror a criança. Solenemente, faz queixa do bisneto, que lhe sumiu com a palha de cigarro, para vingar-se de seus ralhos intempestivos. Menino é bicho ruim, comenta. Ao chegar a avô, era terno e até meloso, mas a idade o torna coriáceo.

No trocar de roupa, atira no chão as peças usadas. Alguém as recolhe à cesta, para


Lavar.

Ele suspeita que pretendem subtraí-las, vai à cesta, vasculha, retira o que é seu, lava-o, passa-o. Mal, naturalmente.

– Da próxima vez que ele vier, diz a nora, terei de fechar o registro, para evitar que ele desperdice água.

Espanta-se com os direitos concedidos às empregadas. Onde já se viu? Isso aqui é o paraíso das criadas. A patroa acorda cedo para despertar a cozinheira. Ele se levanta mais cedo ainda, e vai acordar a dona de casa:

– Acorda, sua mandriona, o dia já clareou!

As empregadas reagem contra a tirania, despedem-se. E sem empregadas, sua presença ainda é mais terrível.

As netas adolescentes recebem amigos. Um deles, o pintor, foi acometido de mal súbito e teve de deitar-se na cama de uma das garotas. Indignação: Que pouca-vergonha é essa? Esse bandalho aí conspurcando o leito de uma virgem? Ou quem sabe se nem é mais virgem?

– Vovô, o senhor é um monstro!

E é um custo impedir que ele escaramuce o doente para fora de casa. – A senhora deixa suas filhas irem ao baile sozinhas com rapazes? Diga, a senhora deixa?

– Não vão sozinhas, vão com os rapazes.

– Pior ainda! Muito pior! A obrigação dos pais é acompanhar as filhas a tudo quanto é festa.

– Papai, a gente nem pode entrar lá com as meninas. É coisa de brotos.

– É, não é? Pois me dá depressa o chapéu para eu ir lá dizer poucas e boas!

Não se sabe o que fazer dele. Que fim se pode dar a velhos implicantes? O jeito é guardá-lo por três meses e deixá-lo ir para outra casa, brigado. Mais três meses, e nova mudança, nas mesmas condições. O velho é duro:

– Vocês me deixam esbodegado, vocês são insuportáveis! – queixa-se ao sair.

Mas volta.

– Descobri que paciência é uma forma de amor – diz-me uma das filhas, sorrindo.


ANDRADE, Carlos Drummond de. Retrato de velho. In A bolsa & a vida. Rio de Janeiro, 1962. p. 207-209.


Ao ler o texto, percebeu-se a existência de alguns dialetos que foram identificados, houve discussão sobre os mesmos, sendo apontados outros de uso comum. Analisamos o texto também, numa visão mais ampla: social e cultural, que mostra a concepção de ontem e de hoje sobre a vida do jovem na sociedade, costumes, doutrinas e educação. Refletimos um pouco sobre o tratamento com o idoso, os cuidados, carinho, e/ou descaso com alguns pelos seus familiares. Toda a discussão permeou um pensamento mais aberto sobre o trabalho que estamos desenvolvendo no GESTAR, um olhar crítico sobre a escola, seus membros, a aceitação ou não do Programa, e de certa forma, a chegada do novo que trouxe um impacto positivo no modo de ensinar (orientar) e de aprender, oportunizando o aluno a descobrir os seus conhecimentos, através de suas produções, construções e curiosidades.

2° momento: Socialização da oficina da unidade 20, TP 5:

A socialização se deu de maneira clara e concisa. Cada professor-cursista fez o relato sobre o trabalho com mais quebra-cabeças, desta vez só textos escritos com inúmeras sugestões de organização dos mesmos sem que perdessem o sentido e o estilo da forma original em que se encontravam. Foi uma retomada da unidade 18 para detectar as falhas na aprendizagem do aluno e no trabalho do professor-cursista, para a partir daí, tentar melhorar o nível de produção e a continuidade de sentidos nos textos elaborados, com cuidado para não ferir a criatividade no ato da escrita, levando o aluno a perceber a importância da comunicação na relação humana.

3° momento: estudo das unidades 1 e 2 do TP 1:

Os cursistas fizeram uma leitura prévia das unidades 1 e 2, que foram discutidas no decorrer do estudo. Usamos o material fornecido pela mestra Zenaide e introduzimos mais alguns que os mesmos acharam necessários. A partir dos textos de cada seção, foram debatidas questões relacionadas ao conteúdo que estava sendo estudado, como: AS VARIANTES LINGUÍSTICAS: a língua e cultura, dialetos e registros do Português. Através do texto reflexivo mostrou-se os valores, tanto pessoais quanto de grupos que são construídos historicamente expressando a cultura das pessoas , suas experiências de vida em determinada época e lugar. Constatou-se que a língua é um sistema a ser seguido, mas é aberto e oferece outras possibilidades de variação de uso se integram e se internalizam para formar um todo organizado. Durante todo estudo foram vistas as questões das variantes lingüísticas, a norma culta e a vivência no cotidiano de quem está lidando com alunos de sexto ao nono ano, idade para gírias e dialetos de grupos. Continuando o estudo, lemos e discutimos o texto “Ampliando nossas referências”, para melhor entender a variação lingüística. Foram realizadas, ainda, as atividades do TP seguida de debate e de diálogo. Apreciando as músicas ASSUM PRETO, de Luiz Gonzaga na voz de Elba Ramalho e TROCANDO EM MIÚDOS, de Chico Buarque de Holanda, fez-se um paralelo entre a norma culta e a linguagem coloquial existentes nas mesmas, observando a significação e a eficiência no trato com a gramática na sala de aula objetivando desenvolver no aluno a capacidade de compreender e produzir os mais diferentes tipos de textos, para as mais diversas situações de uso da língua. Com a atividade referente ao CASAMENTO DOS PEQUENOS BURGUESES, (Chico Buarque), questionou-se a qualidade do texto literário e uso da língua padrão, como também a riqueza ou não na criatividade da letra e a oportunidade de se trabalhar mais as atividades orais em sala de aula. Em equipe, foi realizado o estudo, a analise e escolha das atividades do AAA a serem trabalhadas na sala de aula, justificando o porquê das escolhas

4° momento: Leitura, discussão, análise escolha dentre os Avançando na Prática da unidade 2, a ser aplicada na sala de aula:

Após o estudo, hora de escolher um dos AVANÇANDO NA PRÁTICA para ser trabalhado com os alunos dentro das horas vivenciais. Em grupo, leram, debateram e escolheram o da seção 2 da unidade 2 por considerarem mais abrangente, no sentido de oportunizar um trabalho de linguagem oral e escrita e de expressão visual mais criativo e dinâmico na dramatização. Forma escolhidos, além dos dois textos: CASO DO VESTIDO E CASAMENTO DOS PEQUENOS BURGUESES, outros textos do AAA, para serem distribuídos conforme o número de grupos formados nas salas.

5° momento: planejamento da Oficina e elaboração do calendário da socialização da mesma:

Após a escolha, juntos planejamos o trabalho com a oficina e traçamos um calendário para a socialização com o objetivo de podermos acompanhar cada professor-cursista apoiando e auxiliando durante o desenvolvimento de todo o trabalho.

6° momento: concluindo o encontro...

O encontro suscitou um despertar mais significativo para o trabalho com a língua portuguesa. Os professores sentiram a necessidade de trabalhar mais a linguagem oral, não apenas com as situações de fala, mas com as de escuta, a modalidade escrita como atividade constante da sala de aula, observaram que os bons textos devem ser oferecidos para a turma, sejam eles literários ou não, tendo o cuidado de não estabelecer relações indevidas entre escrita, norma culta e registro formal e literatura, ou fala e informalidade. Com o trabalho os próprios alunos descobrirão os erros e os acertos. Por isso é muito importante que se valorize os textos produzidos por eles, assim, os mesmos sentirão que suas produções têm valor de cunho humano e cultural. “Trabalhar o erro é tão importante quanto trabalhar o acerto. É na descoberta do erro que se descobre como acertar. Mas o que é o erro? Talvez eu não consiga responder, pois vivo errando, mas quero continuar vivendo para descobrir como se trabalhar o CERTO!


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